O grupo hacker Anonymous divulgou nesta terça-feira (2) uma lista de
endereços IP (Protocolo da Internet, utilizado para identificar
usuários) de 190 internautas supostamente pedófilos. As identificações
dos usuários foram conseguidas por meio de um “golpe”, que pedia que os
pedófilos instalassem a atualização de um programa que deixa os usuários
"invisíveis" na rede. As informações são do site americano “Gawker”.
Com a posse dos endereços IPs, as autoridades responsáveis podem
solicitar aos provedores de acesso à internet a identificação do
usuário, podendo até prendê-lo.
A ação do grupo hacker ciberativista faz parte da operação OpDarkNet,
que tem como objetivo coibir usuários que consomem pornografia infantil
na internet. No mês passado, por exemplo, o grupo informou ter tirado do ar mais de 40 sites com pedofilia e ainda divulgaram informações de mais de 1,5 mil internautas, que faziam parte desta rede de crimes.
Para conseguir a lista de 190 usuários, o grupo Anonymous preparou todo
um sistema para enganar os usuários que consomem pornografia infantil
na internet. Veja abaixo como a operação foi feita:
Os pedófilos, para
acessarem este tipo de site, usam um programa chamado Tor, que permite
que eles possam navegar na internet sem deixar rastros.
Aproveitando que o
programa passaria por uma atualização crítica, desenvolvedores do
Anonymous fizeram uma versão do Tor que monitorava os usuários e
informava quais sites eles acessavam. Pelo fato de os usuários do Tor
serem muito preocupados com o anonimato, os hackers pensaram que essa
seria a forma ideal de conseguir acesso às informações deles.
Para fazer os usuários
acreditarem que o programa deles era legítimo, eles postaram em um fórum
de pedofilia a seguinte mensagem: “Em função dos recentes ataques
causados pelo grupo Anonymous e de pesquisadores franceses, por favor,
instale a atualização do Tor clicando aqui”
Em 24 horas, 190 usuários clicaram e tiveram suas informações divulgadas.
Dos 190 usuários monitorados, a maioria era dos Estados Unidos e da
Europa, segundo um mapa divulgado pelo grupo hacker Anonymous. Porém,
houve também acessos de usuários brasileiros e africanos. Os pedófilos
não só acessavam conteúdo de pedofilia no fórum Lolita City (que foi
alvo de ataque do grupo na semana passada), mas também em páginas do
Facebook e do Twitter.
Segundo o site “Gawker”, os hackers tentaram entrar em contato com a
Interpol (Polícia Internacional) e o FBI (polícia federal americana)
para mostrar os endereços IPs, mas não foram atendidos. “Não é nenhuma
surpresa que essas instituições desconfiem de provas dadas por um grupo
que, geralmente, está sob investigação.”
Fonte: www.tecnologia.uol.com.br
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